A Hispânia pré-romana apresenta-se culturalmente muito
diversa, em certos aspetos mesmo contrastante. Essa multiplicidade
cultural reflete-se igualmente no domínio linguístico. Ao invés de uma
antiga tradição que postulava uma língua única originária, o quadro na
altura da conquista apresenta uma compartimentação básica entre línguas
indo-europeias (em que sobressaem o celtibérico e o lusitano) e as que
não pertencem a este grupo (onde se destaca o ibérico). A realidade é,
no entanto, mais complexa e as perspetivas sobre ela são muito diversas.
Pretende-se dar conta, de uma forma necessariamente muito sintética,
da evolução da investigação e do estado atual dos nossos conhecimentos
neste domínio.