Durante as escavações para implantar um grande edifício em Coimbra verificou-se grande variação da resistência ao desmonte dos arenitos da formação do Grés de Silves. Procurando quantificar e justificar as variações nas condições de escavação encontradas, procedeu-se à medição das velocidades das ondas sísmicas primárias (ondas P). Como as superfícies que melhor permitiam a caracterização dos volumes escavados eram os taludes sub-verticais resultantes das escavações, deixadas nos limites exteriores do terreno e entre os blocos das sapatas, houve necessidade de utilizar uma técnica pouco comum, recorrendo a geofones específicos para a determinação das ondas S, cravados na posição horizontal, o que permitiu registar com rigor as ondas P. No local o Grés de Silves apresenta variações muito grandes de cimentação, quer no tipo de cimento (silicioso ou ferruginoso) quer em particular na sua quantidade, conferindo ao terreno desde um comportamento muito próximo do terroso, até ao de uma rocha resistente que requer a utilização de explosivos para o seu desmonte. Os resultados das velocidades sísmicas mostram que apenas um dos locais ensaiados apresentou valores de velocidade sísmica considerada marginal, de acordo com a tabela de ripabilidades, sendo a generalidade do terreno escavável com meios mecânicos.