Esse artigo visa a apresentar os argumentos de J. Rawls contra o mérito assumido como
um critério moral válido e contra a propriedade assumida como um direito individual “puro”, em
uma sociedade democrática e igualitária. A partir daqueles pressupostos, argumenta que a
meritocracia institucionalizada legitima a violência social ao superpor um critério econômico ao
critério ético, a eficiência à justiça, bem como subjuga as proteções jurídicas destinadas a organizar
a sociedade a partir da justiça política, apoiando-se, para tanto, em interpretações restritivas da
liberdade individual e da autonomia privada. Diante da redução do político ao moral, conclui que
aos direitos humanos cabe a tarefa de assumir-se como teoria da justiça.
Autor
Neto, João da Cruz Gonçalves
Palavras-chave
Propriedade,
Mérito,
Violência social,
Direitos Humanos,
John Rawls,
Property,
Merit,
Social violence,
Human rights