The aim of this study is to contribute to the history of food supply
in Paraná during the nineteenth century, especially in the monarchic period, from
1822 to 1889. The occupation process of the Province of Paraná has always been
associated with concerns by part of the government to provide food and basic need
of genres that could meet the demand and sustain the growing population. In fact,
the occupation of the coast of Paraná and Campos Gerais in the Paraná highlands,
was made possible by the development of cassava in the first region and livestock
in the second. Much of the food production at this stage was associated with the
slave labor and the activity of the “tropeirismo”, intended to supply the southeastern
markets of Brazil mules, leather and wheat from South Brazil. With the separation
from São Paulo, the Province of Paraná, shall be a topic of great relevance to replace
African slave labor with European free workers and the production of food staples to urban centers throughout the south-central province. The presidents of the
Province reports reflect the major concern related to encouraging the immigration
of Italians, Poles and Germans, in order to meet the great lack of food, and provide
arms to the development of other economic activities.
O objetivo do presente estudo é oferecer subsídios para a história do
abastecimento de alimentos no Paraná durante o século XIX, em especial no período
monárquico, de 1822 a 1889. O processo de ocupação do território paranaense esteve
sempre associado com preocupações, por parte do poder público, de prover alimentos
e gêneros de primeira necessidade que pudessem atender à demanda e sustentar a
crescente população. Na verdade, a ocupação do litoral paranaense e dos Campos
Gerais, na região do planalto paranaense, foi possibilitada pelo desenvolvimento
da cultura da mandioca na primeira região e da pecuária na segunda. Grande parte
da produção de alimentos, nessa fase, esteve associada com o trabalho de escravos
e com a atividade do tropeirismo, destinada a abastecer os mercados do Sudeste do
Brasil de muares, couros e trigo provenientes do Sul. Com a separação da Província
do Paraná de São Paulo, passa ser um tema de grande relevância a substituição
do trabalho escravo africano pelo trabalho livre europeu e a produção de gêneros
alimentícios de primeira necessidade para os centros urbanos espalhados pelo
centro-sul da província. Os relatórios dos presidentes de Província dão conta da
grande preocupação relacionada com o incentivo à imigração de italianos, poloneses
e alemães, com vistas a atender à grande falta de alimentos, assim como a oferecer
braços para o desenvolvimento das demais atividades econômicas.