Os pequenos ribeiros de floresta constituem parte integrante da paisagem, estando representados em elevado número e ocupando uma posição de cabeceira nas bacias hidrográficas. Nestes ribeiros decorrem processos que podem afetar o balanço energético e o ciclo dos nutrientes a grandes escalas. Estes ribeiros, sendo ensombrados, obtêm da matéria orgânica (maioritariamente folhas produzidas pela floresta ripária) grande parte da energia e nutrientes que circulam pela cadeia trófica aquática. A decomposição destas folhas compreende várias fases, em que estão envolvidos diferentes tipos de organismos, e é sensível a variações ambientais. Em ribeiros menos ensombrados, a produção primária é um processo basal. A energia e nutrientes colocados à disposição pela decomposição das folhas ou pela produção primária são incorporados nos níveis tróficos mais elevados da teia alimentar. Estes processos asseguram a prestação de serviços às populações (p.ex., água de boa qualidade para consumo). Estes serviços ficarão em risco caso haja perturbações nos processos que estão na sua origem devido a atividades antropogénicas.