Suicide is a public health problem that is
on the rise throughout the world and in
Portugal as well. The focus of this paper
is to identify the geographical risk pattern
for death from suicide and its statistical
association to social and material
deprivation in the Metropolitan Areas of
Lisbon and Oporto.
A transversal ecological study was done
on deaths from suicide and self-inflicted
wounds in the boroughs of the Metropolitan
Areas of Lisbon and Oporto occurring
between 2002 and 2012. Bayesian
hierarchical modelling was applied to
obtain the smooth standardized mortality
ratio and to establish the relative
risk between suicide mortality and both
social and material deprivation indexes.
The results highlight that: i) the geographical
pattern for suicide is differentiated in
the two metropolitan areas, with greater
spatial concentration of suicide risk in the
Oporto Metropolitan Area and greater
territorial dispersion in the Lisbon Metropolitan
Area; ii) in the Lisbon Metropolitan
Area, there is a statistically significant
association between suicide and material
privation, and iii) in the Oporto Metropolitan
Area there is a larger proportion of
the population residing in the material ans
social deprivation tertile with suicide rates.
It can be concluded that the social, economic,
physical, and built environment
of the two metropolitan areas produce
different types of exposures and vulnerabilities
which must be taken into account
in the formulation of policies and actions
to minimize the incidence of suicide.
O Suicídio é um problema de saúde pública em crescimento em
todo o mundo e também em Portugal. Pretende-se identificar o
padrão geográfico do risco de morte por suicídio e a associação
estatística com a privação social e material nas Áreas Metropolitanas
de Lisboa e Porto.
Foi desenvolvido um estudo ecológico transversal dos óbitos
por suicídio e lesões auto-infligidas ocorridos nas freguesias
das Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto, entre 2002 e 2012.
Aplicou-se um modelo hierárquico bayesiano, de modo a obter a
Razão Padronizada de Mortalidade suavizada, a probabilidade
estatística do risco de morrer por suicídio e o Risco Relativo de
mortalidade por suicídio associado à privação social e material.
Os resultados destacam que: i) o padrão geográfico do suicídio
é diferenciado nas duas áreas metropolitanas, com uma maior
concentração espacial do risco de suicídio na Área Metropolitana
do Porto e uma maior dispersão territorial na Área Metropolitana
de Lisboa; ii) na Área Metropolitana de Lisboa existe
uma associação estatísticamente significativa entre o risco de
morrer por suicídio e a privação material e iii) na Área Metropolitana
do Porto, existe uma maior proporção de população
a residir em áreas consideradas de risco, ou seja, que apresentam,
simultaneamente, privação social média, elevada privação
material e elevada mortalidade por suicídio.
Pode concluir-se que o ambiente social, económico, físico e
construído das duas áreas metropolitanas produzem diferentes
tipos de exposições e vulnerabilidades que devem ser tidos em
consideração na formulação de políticas e ações que minimizem
a incidência do suicídio.